domingo, 27 de maio de 2012

SILAGEM DE MILHO


Em propriedades leiteiras, a ensilagem de milho para fornecimento de alimento aos animais durante o período de escassez (entressafra de pastagens) é uma pratica adotada há muito tempo que visa manter o escorre de condição corporal dos animais (ECC) e evitar a queda brusca de produção das vacas em lactação, porém nos últimos anos, a silagem de milho é um alimento presente na alimentação das vacas no ano inteiro, ou seja, este é um alimento importante na composição da dieta das vacas.

Tendo em vista a importância da mesma na alimentação dos rebanhos de leite, alguns pontos devem ser observados para garantir a qualidade do alimento.

ESCOLHA DO HÍBRIDO
É o primeiro passo para garantir a qualidade da silagem. Para isso deve se buscar híbridos próprios para silagem, num geral, estes possuem menor participação de fibras, maiores produção de grãos e maior digestibilidade.

PONTO DE CORTE
O ponto ideal de corte é quando a planta acumula a maior quantidade de Matéria Seca (MS) de melhor qualidade nutricional, em geral, esse momento é quando a planta apresenta o teor de MS entre 32 e 37%. Na pratica isto é identificado no momento em que os grãos estão no estádio farináceo duro (50% da linha de leite).

TAMANHO DE PARTÍCULAS
O tamanho ideal de corte da partícula é de 0,5 a 1,5 cm, isso facilita a compactação e a redução de ar no silo torna-se mais rápida.

ABRINDO O SILO
O processo de fermentação da silagem depende da compactação do silo. Quando esta etapa é bem realizada, o silo pode ser aberto em 21 dias após o seu fechamento, geralmente espera-se pelo menos 30 dias.

QUALIDADE DA SILAGEM
No campo, uma boa silagem tem cheiro agradável e levemente ácido cor clara (verde e amarelada ou bege), textura firme (não molha quando comprimida na mão) e rica em grãos. O ideal, sempre que se abrir o silo, é realizar uma analise bromatológica para ter o conhecimento da qualidade nutricional do produto.

INTERPRETANDO UMA ANÁLISE BROMATOLÓGICA
Matéria Seca: é o peso total da silagem, descontada toda a umidade (água).  Na matéria seca estão contidos os nutrientes que as vacas irão transformar em leite. O ideal é que esteja entre 32 e 37%.
Fibras: existem duas frações que devem ser analisadas:
a)       FDN (Fibra em Detergente Neutro): os valores considerados ideais devem ficar entre 45 e 52 % da MS. Como os grãos tem pouca fibra, valores abaixo, indicam silagem com muito grão e valores acima de 52 indicam pouco grão na silagem.
b)       FDA (Fibra em Detergente Ácido): indica a porção de fibra de baixa qualidade que esta diretamente relacionada com a menor digestibilidade da silagem.
 NDT (Nutrientes Digestíveis Totais): quanto mais alto melhor. Valores acima de 68% já podem ser considerados elevados para silagem.
PB (Proteína Bruta): os valores de proteína da silagem podem variar de 5 a 10%. A proteína não deve ser o principal item na avaliação da qualidade da silagem, pois metade da proteína, devido ao processo de fermentação é convertida em nitrogênio não proteico (NNP), ou seja, de baixa qualidade.

CUSTOS DE PRODUÇÃO
O custo de produção da silagem esta relacionado com a quantidade de matéria seca produzida. A maneira mais eficiente de produzir silagem de milho com menor custo é investir em lavouras de alta produtividade, ou seja, a maior produção de MS e matéria verde por hectare diminui o custo da tonelada do produto ensilado. De maneira geral, o custo da tonelada de MS/ha produzida tem girado entre R$ 180,00 a 270,00, e, em massa verde isso representa entre R$ 55,00 e 85,00 a tonelada/ha. Segundo dados do BALDE CHEIO/PROLEITE.

Foto: Ensilagem de milho em Augusto Pestana (Alencar Schneider).

segunda-feira, 21 de maio de 2012

BALDE CHEIO: TÉCNICOS DA BRF REALIZAM TROCA DE EXPERIÊNCIAS

No intuito de promover o fomento a propriedades leiteiras no RS, a BRF Brasil Foods S.A vem, por intermédio da Cooperideal (Cooperativa para a Inovação e Desenvolvimento da Atividade Leiteira); desenvolvendo o Projeto Balde Cheio, projeto esse que tem por finalidade levar até as propriedades assistidas, tecnologias que possibilitem aos produtores maior renda/lucro com menores custos.
Com essa proposta, os técnicos da empresa acompanham as visitas feitas pela Cooperideal e, após treinados, passam a multiplicar esses conhecimentos e tecnologias em outras propriedades, a fim de fidelizar produtores e auxiliá-los nas tomadas de decisões dentro de suas unidades de produção.
No dia de hoje (21); como parte deste treinamento e sob a coordenação de Moisés Araújo, os técnicos da empresa estiveram visitando a propriedade do Sr. Jeferson/Isolde Berti, na localidade Esquina Bela Vista, Três de Maio. Conhecer as praticas de manejo que o mesmo adota em sua propriedade, bem como seus respectivos indicadores (econômicos e zootécnicos); fora um dos objetivos da visita.
Foto 1: Equipe Técnica durante a tarde de campo com o produtor.

Num primeiro momento, o técnico Anderson Danette explanou os resultados atingidos nos últimos 12 meses na atividade leiteira. Dentre eles, o que mais chama a atenção é o baixo custo de produção (em torno de 0,18 centavos por litro, sendo que o custo médio das propriedades assistidas e com produção semelhante gira em torno de 0,32 a 0,36 centavos). Tal indicador se deve ao fato do produtor em questão não fornecer alimentos concentrados aos animais lactantes, oferecendo apenas alimentos volumosos de alta qualidade, provindos de uma área de 12 hectares utilizados para a produção leiteira. Tal área recebe com freqüência dejetos de suínos produzidos na propriedade, o que permite uma produtividade da terra superior a 10.000 litros de leite/há/ano, índice este que por sua vez é considerado satisfatório mediante ao sistema adotado.
Foto 2: Técnico Anderson Danette apresentando os indicadores da propriedade.

      Atualmente a propriedade produz em torno de 410 litros de leite/dia, obtidos da ordenha de 28 vacas em lactação alimentadas exclusivamente com pastagem/silagem de aveia e minerais.
Foto 3: Pastagem de aveia em sistema de pastejo rotacionado.

Durante a visita, Berti salientou a importância da assistência técnica para permanência do produtor na atividade e garantir a qualidade de vida no campo. Ele relata que por meio do programa balde cheio, passou a realizar anotações e controlar suas despesas/receitas, bem como a tomar decisões baseadas nos indicadores atingidos, realidade esta que ate então não era observada.
Foto 4: Técnico Gilson Gerlach mostra o alto potencial da aveia bem adubada.

Percebe-se, segundo o depoimento, que o programa fora, sem duvida alguma, fundamental para a evolução e ao mesmo tempo satisfação dos envolvidos para com a atividade. Fica explicita pela parte do produtor a vontade em continuar a receber o acompanhamento e, para os técnicos, a necessidade/motivação em absorver e aperfeiçoar cada vez mais conhecimentos, convertendo-os em resultados, crescimento profissional e fidelização.

Mais fotos da tarde de campo:
Fotos: Clécio Capeletti.

domingo, 20 de maio de 2012

200 DIAS DE ESTIAGEM AFETAM A PRODUÇÃO LEITEIRA NO RS

A estiagem que afeta todo o Rio Grande do Sul está causando impactos na área da agricultura e pecuária, desde novembro de 2011 não chove em volume significativo capaz de amenizar a situação. Atualmente são 291 municípios em situação de emergência.



Foto: Diego Vara.

Desde o inicio do ano a produção de leite caiu 10% em relação aos 9 milhões de litros diários produzidos em janeiro, essa perda é reflexo da falta de água nas principais bacias leiteiras e do período de transição de pastagens para o gado. Situação esta que ainda poderá ser agravada pelo fato dos produtores estarem fornecendo silagem de milho e feno estocado para amenizar as perdas, assim os efeitos devem ser sentidos ainda nos próximos meses, pois as pastagens de inverno não estão se desenvolvendo e o estoque de alimentos está sendo fornecido antecipadamente, coisa que só aconteceria em junho e julho.

A principal preocupação neste momento é com os reservatórios e cursos d’ água, pois as pastagens ainda possuem condições de se recuperar, porém o gado precisa de água de qualidade para manter os níveis de produção.

Além dos prejuízos gerados nas lavouras de soja, onde foi possível verificar baixas produtividades, o plantio das áreas de trigo também esta atrasado, produtores aguardam a chuva para iniciar o plantio das lavouras.
Apesar deste cenário, as previsões de chuva são animadoras, pois as pastagens se recuperam rapidamente.
A foto acima mostra um reservatório de água da propriedade de Jeferson Berti, de Três de Maio, que foi afetado pela estiagem prejudicando a quantidade e a qualidade da água.